Localizada a cerca de 60 quilômetros do Rio de Janeiro, Maricá respira futebol. Agora, os cerca de 200 mil moradores da cidade, apaixonados por esportes, terão a oportunidade de ver pela primeira vez o time da cidade no torneio de elite carioca. O Maricá fará sua primeira partida na competição contra o Botafogo no sábado, às 16h, no Estádio Nilton Santos. A emoção foi tanta que todos os ingressos para os 2.000 visitantes foram esgotados.
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O clube, conhecido como “Tsunami”, é fruto de um projeto ainda recente – fundado em 2017 – mas de muito sucesso. Ele alcançou as traves da Segunda Divisão da Liga Estadual em três ocasiões. Mas no ano passado ele alcançou o objetivo de longa data – chegar, além de conquistar a Taça Rio no segundo semestre.
Arlen Pereira, presidente de Maricá desde 2019, explica como o empreendimento está diretamente ligado ao apoio da Câmara Municipal. O município é uma das cidades mais lucrativas com a receita do petróleo no Brasil. Dentro do projeto de crescimento, o dirigente revela uma meta para o clube e para a cidade:
– Não tínhamos playground para brincar em Marika. Hoje temos o João Saldanha e uma estrutura completa, com acomodações e um complexo com salas de musculação, fisioterapia e regeneração física. E agora esperamos um novo estádio com capacidade para 20 mil pessoas, projetado pelo escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, que será construído pela prefeitura.
O Estádio João Saldanha tem capacidade para até 2 mil torcedores e receberá os jogos do time em casa, com exceção do jogo contra o Vasco, que será em São Januário.
A chave para o Maricá FC tentar continuar crescendo é a continuidade. Do elenco de 2024, 80% permanecem no clube. Na entrada de campo, a ideia é a mesma, com um nome consagrado no futebol brasileiro.
O ex-atacante Reynaldo, que passou por Botafogo e Flamengo, está fazendo sua terceira temporada no Maricá. O primeiro ano foi de luta contra o rebaixamento. Porém, a diretoria optou por ficar e até hoje colhe os frutos da decisão. O técnico acredita que a confiança depositada no trabalho é fundamental:
– Foi importante para nós criarmos uma identidade. Hoje temos um relacionamento muito bom com nossos torcedores. Acho que ajuda ter um treinador que conhece a cultura do clube, da cidade e dos torcedores. Como mantivemos a maioria dos jogadores, eles já conhecem meu estilo de jogo, minha ideia de jogo, o que facilita muito o nosso trabalho.
Apesar de ter mantido grande parte do elenco da temporada passada, a diretoria não deixou de ir ao mercado para qualificar a equipe. Os perfis de alguns empreiteiros chamaram a atenção. Quatro estrangeiros se transferiram para Maricá: os atacantes Matthias Roskopf (Argentina), Johan Mina (Equador), Kevin Mercado (Equador) e o zagueiro Felipe (Uruguai).
O zagueiro uruguaio de 31 anos se tornou o nome mais experiente do elenco. Com passagens por Juventude, Nacional Oro e Malmö SU, ele busca levar sua experiência para um time repleto de jogadores que buscam se destacar no futebol:
-Nós nos conhecemos no último mês e semana de trabalho. Tento compartilhar minhas experiências, mas também tento aprender com elas. Acredito que é essa troca, aliada à união, que nos tornará mais fortes.
Tal como os estrangeiros, todos os atletas do Marika têm contrato até ao final do ano. Com a conquista do título da Copa Rio no ano passado, o clube teve o direito de escolher entre disputar o Campeonato Brasileiro ou a Copa do Brasil. A decisão foi participar da quarta divisão, competição com premiação bem menor, mas calendário mais longo.
Reynaldo explicou que a escolha foi pensada para o longo prazo. Ele afirmou que no momento só pensa no Carioca, mas o time está montado para o campeonato nacional:
-Formamos um grupo que pensa no longo prazo, porque sabemos que a temporada é longa. No Carioca começa essa rotina de dois jogos por semana, o que pode gerar lesões. Não estamos apenas preparados para fazer um grande campeonato estadual, mas também um ótimo ano.