Após superar meta de inflação em 2024, Gallipolo analisa opções de controle de preços neste ano

Após superar meta de inflação em 2024, Gallipolo analisa opções de controle de preços neste ano


O Índice Amplo de Preços ao Consumidor (IPCA) fechou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta do governo de 4,5%, informou ontem o IBGE. Desde a independência formal do banco central em 2021, a meta foi alcançada três vezes.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, explicou, em carta ontem ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que a principal razão para o desvio da inflação é a queda da taxa de câmbio, resultante de fatores locais, principalmente a frustração com a política monetária. Situação financeira. A meta é de 3% e pode variar entre 1,5% e 4,5%.

O IPCA foi superior ao de 2023, com impacto de aumento de 7,69% nos preços dos alimentos, representando um terço da taxa de 2024 da gasolina, que ficou 9,71% mais cara, e do seguro saúde, aumento de 7,87%.

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O prefeito também citou o forte ritmo de crescimento econômico e os eventos climáticos como motivos que explicam o descumprimento, além do aumento das expectativas de inflação.

Esta é a oitava vez que essa meta é falhada desde 1999, quando o sistema foi criado no Brasil. Sempre que a inflação sobe acima do nível especificado, a meta é perdida e o presidente do BC deve explicar ao ministro da Fazenda os motivos pelos quais não teve sucesso em sua principal tarefa institucional.

No documento, o presidente da Colúmbia Britânica afirmou que a desvalorização cambial começou em abril e se intensificou ao longo do ano, principalmente por fatores internos, embora a valorização global do dólar se devesse à possibilidade de um corte mais lento da taxa de juros no país. Os Estados Unidos e as expectativas de que a mudança na economia com a eleição de Donald Trump também influenciam.

Esta inflação importada, que afetou a taxa de câmbio e os preços das commodities, representou 0,78 pontos percentuais de desvio da posição-alvo.

Como vetor interno da subida do dólar, Galipolo apontou a frustração dos agentes económicos com o cenário fiscal, algo que já tinha sido notado em comunicações emitidas pelo Comité de Política Monetária (COPOM):

“O fato de o real ter sido a moeda que sofreu a maior desvalorização em 2024, considerando suas contrapartes internacionais e países desenvolvidos, indica que fatores domésticos e específicos do Brasil tiveram um papel importante nesse movimento cambial. percepção dos agentes sobre o cenário financeiro influenciado Depende significativamente dos preços dos ativos e das expectativas dos agentes, especialmente dos prêmios de risco, das expectativas de inflação e da taxa de câmbio.

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O impacto da frustração com a gestão das contas públicas na valorização do dólar ficou claro no final do ano passado. Pouco depois de o governo anunciar o pacote de contenção de gastos, considerado tímido pelo mercado, a moeda norte-americana ultrapassou o patamar dos R$ 6 e não cedeu mais, mesmo com a aprovação dessas medidas.

No documento, Gallipolo disse que a atividade económica surpreendeu em alta no último ano e também contribuiu para que a inflação ficasse acima da faixa permitida. O BC estima expansão de 3,5% do PIB em 2024. No início do ano, o mercado esperava uma expansão de 2%:

“O grau de utilização dos fatores de produção está aumentando, com destaque para a taxa de desemprego historicamente baixa. O mercado de trabalho apresentou resultados sólidos em 2024. A taxa de desemprego continuou a sua rápida queda, atingindo 6,5% em novembro (dados com ajuste sazonal), o valor mais baixo da série histórica.

Em relação aos desastres climáticos, a Colúmbia Britânica destacou que a seca que atingiu parte do país pressionou os preços dos alimentos, especialmente carne e laticínios, devido à deterioração das pastagens, e de produtos como café e laranja. O BC estima que as anomalias climáticas tiveram efeito direto de 0,38 ponto percentual na variação do IPCA em 2024.

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Na carta, o presidente do BC indicaria as estratégias necessárias para alcançar a convergência inflacionária. Galipolo lembra que o município já aumentou a taxa básica de juros (Selic), principal ferramenta para conter a inflação. “Portanto, o banco central tomou as medidas necessárias para garantir que a inflação atinja a meta de inflação”, afirmou. Hoje a alíquota Selec é de 12,25% ao ano, e a Colúmbia Britânica já indicou dois aumentos de um ponto percentual, elevando a alíquota para 14,25%.

Galipolo não será chefe do Banco Central em 2024. Ele foi diretor de política monetária, principal pasta do órgão, antes de substituir Roberto Campos Neto.

A partir deste ano, o sistema de verificação de metas será contínuo, e não no final de cada ano civil. A meta será considerada perdida quando o IPCA acumulado em 12 meses se desviar do período de tolerância por seis meses consecutivos. A meta é de 3%, com faixa de tolerância de 1,5% a 4,5%.

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Pelas projeções da Colúmbia Britânica, o IPCA deve ultrapassar o limite superior pelo menos até o final do terceiro trimestre de 2025, quando a estimativa é de 5,1%. Ou seja, desde o início do novo regime, a inflação estará pelo menos nove meses fora da meta.

Nesse caso, Gallipolo terá que se dirigir novamente ao ministro da Fazenda para esclarecer sua posição em carta aberta após o IPCA de junho.

O primeiro-ministro da Casa Cívica, Rui Costa, afirmou que a subida da inflação em 2024 se deveu ao clima adverso:

— Temos visto eventos climáticos muito extremos, tanto secas como inundações, como no Rio Grande do Sul.

Para Costa, as medidas fiscais aprovadas pelo Congresso deverão ajudar a acomodar os indicadores. O governo “buscará atingir a inflação dentro da meta em 2025”, disse o ministro da Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Melo. (Caroline Bandera, Victoria Appel e Bernardo Lima colaboraram)



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