Nascido na França, de família branca, veio para o Brasil como cônsul e presenciou um tipo de racismo diferente do que havia vivido em seu país natal.
Alexandra Loras Ela nasceu em Paris, França, em uma família onde era a única mulher negra. Desde cedo eu sabia o que era racismo. com o marido, Damien LorasEscolheu o Brasil como sua casa e, ao chegar, sentiu falta de ver a população mestiça representada em lugares de poder. Como cônsul da França no Brasil, ela percebeu que, em muitas ocasiões, era a única mulher negra nesses espaços e teve que usar seu espaço de fala para apontar o que chamava de “segregação orquestrada”.
Alexandra lembra que, ao chegar ao Brasil, pensou que encontraria um país livre de racismo, pois havia muitas referências ao futebol e ao carnaval. “Afinal, a população é mista.”Eu lembro Mas ele logo percebeu que essa ideia estava errada.
“Quando vou à recepção de uma empresa para conhecer um CEO, eles me perguntam o que vou entregar.” Alexandra classifica as formas persistentes de racismo como “micro-insultos”, que ela classifica como resquícios “sofisticados” da escravatura. “Para mim, era importante dizer que o problema racial não é apenas um problema económico. Como uma mulher negra de sucesso, ainda vejo o racismo percorrendo meu corpo.”
No clube que frequenta é preciso paciência para mostrar que ela é sócia e não está lá como babá.
“Uma coisa que notei no Brasil e que me chocou foi que através do Carnaval e da narrativa do futebol, o Brasil parecia ser um país misto, com muita inclusão e sem racismo; quando vim para o Brasil imaginei que havia 56% de pessoas negras no Congresso. Nas pessoas, nas empresas, na mídia… Infelizmente, tenho menos de 1% em todos esses lugares de poder.”
Como consultor de empresas multinacionais, ele acredita que a diversidade de cor da pele também é fundamental na tomada de decisões: “Uma cena só com homens brancos atrapalha o crescimento da empresa.”Disse ele, referindo-se aos milhares de cargos de gestão no Brasil que não são ocupados por homens ou mulheres negras.
Para dar visibilidade às mulheres negras da periferia de São Paulo e ajudar a derrubar essas barreiras, Alexandra criou Instituto do Protagonismo FemininoUm ambiente acolhedor e lições que servem a vida e a carreira de muitas jovens. Os jornalistas também falam com entusiasmo sobre o projeto.”irmã negra”Que já conta com mais de 800 advogados negros de diversas partes do mundo
“O racismo é tão estrutural que, hoje, mesmo quando os negros conseguem se formar na universidade, eles têm dificuldade em conseguir um emprego decente”, Alexandra terminou.