Conforme monitoram as comissões, os partidos menores na Câmara do Rio se unem como um bloco único para se tornar o segundo maior grupo

Conforme monitoram as comissões, os partidos menores na Câmara do Rio se unem como um bloco único para se tornar o segundo maior grupo


A Câmara do Rio não retornará do recesso até meados de fevereiro, mas nos bastidores os legisladores já estão se movimentando para garantir espaço nos principais comitês da Câmara. Como o estatuto estipula que a distribuição de cadeiras é feita “de comum acordo entre os dirigentes”, os parlamentares dos partidos menores se uniram em bloco em busca de vagas nas comissões principais, compostas por três assessores: presidente, vice-presidente e membro.

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Nestes grupos de trabalho os projetos de lei são aprovados antes de serem votados em plenário e há discussão prévia e alterações nas propostas, podendo as comissões arquivar projetos de lei ou agilizar seu processamento. Além disso, é responsável por realizar audiências públicas, receber denúncias e denúncias sobre a atuação das autoridades, bem como elaborar estudos e abrir investigações sobre temas relevantes.

Na nova sala, a Diretoria de Segurança Pública do prefeito Eduardo Paes contou com 16 assessores. O Hizb ut-Tahrir foi o segundo partido com maior número de vereadores eleitos: sete, mas perdeu o segundo maior grupo para o novo bloco. O bloco denominado “O Rio que Queremos” incluía 15 membros de 10 partidos diferentes, dos mais diversos campos ideológicos. O líder e autor da iniciativa é William Coelho (DC). É a base do governo, mas tem recebido apoio, por exemplo, de Pedro Duarte (Novo), crítico da gestão Eduardo Paes. O novo grupo é completado pelos Republicanos, MDB, Solidariedade, Podemos, União, PRD, PSDB e PDT.

Para o GLOBO, Coelho, que conquistou o cargo de vice-presidente da Câmara, defendeu a movimentação dos partidos e que cada partido tenha autonomia para se colocar nas pautas que serão votadas a partir de fevereiro. Por isso, negou que tenha sido ele quem instituiu o “Centrão”, como acontece no Congresso Nacional. Porém, ele não descarta a possibilidade de isso acontecer ao longo do ano:

A ideia não é ter esse tipo de liderança (na votação dos projetos), mas sim ter peso nos principais comitês. Em Brasília, eles decidem juntos. Nosso principal objetivo hoje é nos proteger para ocupar os lugares-chave, afirma.

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Com o fechamento do bloco, os membros já começaram a reivindicar uma vaga nos comitês de preferência. As mais procuradas são as vagas em justiça, redação, servidor público e meio ambiente. Com tantos pedidos, Willian Coelho diz defender o padrão de equilíbrio:

-Acredito que os vereadores com mandato mais longo deveriam ter prioridade. Ele explica que muitos querem permanecer nos comitês em que já atuam.

O líder republicano Inaldo Silva é um dos que pretende continuar. Ele quer voltar para o Comitê de Justiça e Redação. De seu partido, Tania Bastos permaneceu na diretoria e foi eleita segunda vice-presidente. A terceira deputada do partido, Gigi Castilho, busca uma vaga na assistência social e na defesa da mulher.

-Fizemos apenas 3 cadeiras. Se estivéssemos sozinhos, ficaríamos sozinhos. Agora podemos brigar pelas principais comissões – detalha Inaldo.

Em seu primeiro mandato na Câmara dos Vereadores, Talita Gallardo foi a única eleita pelo PSDB e é uma das parlamentares “solo” do bloco. Ela diz que aceitou ingressar no bloco porque era eleitora independente, mas, ao mesmo tempo, lutou por uma vaga em comissões relacionadas às áreas em que mais atuou quando era vice-prefeita de Jacarepaguá: segurança. Turismo e defesa civil.

-Eu pedi essas coisas porque acho que é aqui que eu seria mais útil. Quando me candidatei recebi convites de outros partidos, mas escolhi o Partido Socialista Brasileiro porque não tinha compromisso político com ninguém. E assim continuo. Quero que saiba que não tenho obrigação de votar sempre nos projetos do prefeito, você diz.

Outro membro do Conselho “Profissão Individual”, Pedro Duarte (novo) já cumpre o segundo mandato e foi o último a aderir ao bloco. Ele é contrário ao governo de Eduardo Paes e diz que decidiu recorrer a esse grupo de conselheiros porque tinha medo de iniciar a nova legislatura de forma isolada. Ele prefere não divulgar os comitês, mas tem pedido apoio dos colegas para indicações em grupos nos quais costuma atuar politicamente e diz estar aberto a ajudá-los em suas indicações para cargos vagos:

– Nessa divisão entre partidos, acabamos não conseguindo definir as nossas posições, e os grandes partidos acabam se impondo. Queremos orientar a discussão, não ser guiados. Mas, para isso, precisamos de ter boa reputação nas comissões, e isso ajuda-nos a ser mais relevantes, caso contrário acabaremos por ficar para trás em questões importantes. Mas não vou abrir mão da minha independência e da minha forma de votar – afirma Duarte.



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