O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, se reunirá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta -feira para selar um acordo para a participação dos EUA no setor mineral ucraniano, já que Kyiv procura recuperar o apoio dos EUA na luta contra a invasão da Rússia.
Zelenskiy, que recebeu bilhões de dólares em armamentos americanos e o apoio moral do governo de Joe Biden, enfrenta uma atitude claramente diferente de Trump, que diz que quer acabar rapidamente com a guerra de três anos, melhorar os laços com a Rússia e recuperar bilhões de bilhões gastos em apoio à Ucrânia.
Trump também adotou uma posição muito menos comprometida com a segurança da Europa, um tom que causou choque em todo o continente e incentivou os medos em Kiev e entre seus aliados que a Ucrânia pode ser forçada a um acordo de paz que favorece a Rússia.
O acordo negociado nos últimos dias abriria a vasta riqueza mineral da Ucrânia para os Estados Unidos, mas não inclui garantias explícitas de segurança para a Ucrânia, o que é uma decepção para Kiev. Trump diz que a presença de americanos no setor mineral serviria como uma forma de garantia.
O valor que o acordo teria para os Estados Unidos não foi explicado. Trump disse que espera ganhar centenas de bilhões de dólares. Zelenskiy disse que não assinaria um acordo que tiraria seu país das gerações.
A Ucrânia contribuiria para 50% de “toda a receita obtida com a monetização futura de todos os ativos relevantes de recursos naturais de propriedade do governo ucraniano” a um fundo de reconstrução da administração conjunta com os Estados Unidos.
O contrato não especifica como os fundos seriam gastos, nem identificariam os ativos específicos que ele cobre, embora diga que incluiria minerais, depósitos de petróleo e gás natural, bem como infraestrutura, como terminais de gás e porto.
As conversas em Washington são um impulso diplomático para Zelenskiy, que falou repetidamente sobre a importância de conhecer pessoalmente Trump antes que o presidente dos Estados Unidos fale com o presidente russo Vladimir Putin.
“Os ucranianos têm sido muito habilidosos para usá -lo (o acordo mineral) como uma abertura para envolver os Estados Unidos”, um diplomata europeu em Kiev, que solicitou o anonimato para discutir questões delicadas.
Kiev espera que o acordo incentive Trump a apoiar o esforço de guerra da Ucrânia e, potencialmente, até obter o apoio dos parlamentares republicanos para uma nova rodada de ajuda.
A Ucrânia expandiu rapidamente a produção de seu setor de defesa, mas continua a depender firmemente da assistência militar estrangeira, enquanto luta para substituir o trabalho enquanto enfrenta um inimigo muito maior.
Embora a Ucrânia tenha repelido a invasão russa em torno de Kiev e tenha recuperado grande parte do território em 2022, a Rússia ainda controla cerca de 20% da Ucrânia e tem ganho lentamente terreno de um contrapeso ucraniano fracassado em 2023.
As tropas de Kyiv mantêm terras na região de Kursk, no oeste da Rússia, após um ataque de 2024.