
Conteúdo do artigo
CIDADE DO PANAMÁ (AP) – O Panamá marcou na terça-feira o 25º aniversário da entrega do Canal do Panamá pelos Estados Unidos, que o presidente eleito Donald Trump ameaçou retomar.
Anúncio 2
Conteúdo do artigo
Conteúdo do artigo
Conteúdo do artigo
A comemoração ficou ainda mais comovente com a morte, no domingo, do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, que negociou o acordo de transferência de 1999.
“Neste dia especial… uma mistura de felicidade por este 25º aniversário de ter o canal nas mãos dos panamenhos e a tristeza que sentimos pela morte do ex-presidente Jimmy Carter”, disse o presidente do Panamá, José Raúl Mulino.
A cerimônia incluiu um momento de silêncio para Carter, que chegou ao acordo de rendição com o ex-líder panamenho Omar Torrijos.
Durante a principal celebração do aniversário na Cidade do Panamá, Mulino disse que os dois homens “tiveram a visão e a nobreza para seguir o caminho da justiça”.
Enquanto isso, Trump denuncia o aumento das tarifas que o Panamá impôs para utilizar a hidrovia que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Afirmou que se as coisas não mudarem após a sua posse no final de Janeiro, “exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido aos Estados Unidos da América, na sua totalidade, rapidamente e sem dúvida”.
Conteúdo do artigo
Anúncio 3
Conteúdo do artigo
Trump afirmou que um tratado de 1977 entregou “tolamente” o canal. Ele não disse como poderia cumprir sua ameaça.
Durante a cerimónia de terça-feira, Mulino não abordou especificamente as observações de Trump. No entanto, procurou desviar as acusações de que a China poderia ter demasiada influência sobre a hidrovia.
“Não há outras mãos envolvidas no canal além das do Panamá”, disse Mulino. “Fique tranquilo, estará em nossas mãos para sempre.”
O acordo envolveu dois tratados. Um deles era para entrega. A outra, que continua perpetuamente, dá aos Estados Unidos o direito de agir para garantir que o canal permaneça aberto e seguro. Dá aos Estados Unidos o direito de agir se a operação do canal for ameaçada devido a um conflito militar, mas não de reafirmar o controle.
Anúncio 4
Conteúdo do artigo
Jorge Luis Quijano, que atuou como administrador do canal de 2014 a 2019, disse que “não há nenhuma cláusula de qualquer espécie no acordo de neutralidade que permita a recuperação do canal”.
“Há muito pouco espaço de manobra, na ausência de uma segunda invasão do Panamá pelos EUA, para retomar o controle do Canal do Panamá em termos práticos”, disse Benjamin Gedan, diretor do Programa para a América Latina do Centro Internacional Woodrow Wilson para Acadêmicos em Washington.
O tráfego no canal aumentou 17% entre os anos fiscais de 1999 e 2004. Os eleitores do Panamá aprovaram um referendo em 2006, autorizando uma grande expansão do canal para acomodar navios de carga maiores e mais modernos. A expansão durou até 2016 e custou mais de US$ 5,2 bilhões.
Os preços do transporte marítimo aumentaram devido às secas que afectaram as eclusas do canal no ano passado, forçando o Panamá a reduzir drasticamente o tráfego marítimo e a aumentar as taxas de utilização. Embora a maior parte das chuvas tenha voltado, o Panamá disse que aumentos nas taxas podem ser necessários no futuro, à medida que realiza melhorias para se adaptar às necessidades do transporte marítimo moderno.
O administrador do canal, Ricaurte Vásquez, disse que o canal “demonstrou que os panamenhos são pessoas que podem enfrentar desafios”, incluindo os efeitos das alterações climáticas, dos ciclos económicos globais e dos conflitos internacionais.
Conteúdo do artigo