A Brota, startup fundada por ex-alunos de engenharia da UFRJ que cria hortas inteligentes e vasos de plantas “de alta tecnologia”, se prepara para uma ofensiva no varejo. A empresa assinou contrato para ampliar a distribuição de seus produtos de cem para mil lojas em todo o país. Paralelamente, está finalizando uma captação de investimentos de R$ 1,5 milhão, como parte de um plano para quadruplicar seu tamanho até 2026.
Fundado no Rio em 2020, em plena pandemia, o Prota ficou conhecido pela “horta inteligente” – uma caixa quadrada com lados de apenas 20 cm, onde, graças ao seu sistema de irrigação e alimentação, é possível plantar diferentes espécies regando apenas uma vez a cada 25 dias.
Até 2022, a chamada Brota Box respondia por todo o faturamento da empresa, mas a startup ampliou seu portfólio naquele ano com os olhos postos em um “mercado endereçável” mais ambicioso.
— Conseguimos criar um sensor para movimento de sal e irrigação artificial usando fibras de celulose. Isso possibilitou a criação de recipientes para diversos tipos de plantas, não apenas para hortas, que só precisavam ser regadas a cada três ou quatro meses. Hoje, as hortas representam apenas 10% do nosso faturamento – explica Rodrigo Farina, presidente e cofundador da Brota, que atualmente tem sede no bairro da Mooca, em São Paulo, e cuja fábrica fica em Guarulhos (SP).
Graças a esta tecnologia, a Prota entrou no mercado de vasos para plantas, onde competem produtos plásticos importados e concorrentes de argila artesanal, muitas vezes sem marca. Os produtos permitiram que a Brota chegasse às gôndolas de varejistas como Petz, Cobasi e Leroy Merlin, mas o plano agora é dar o salto e se tornar o principal canal de distribuição da Brota.
— Hoje, metade da nossa receita ainda vem do e-commerce, mas a ideia é que o varejo se torne dominante. Temos cerca de cem lojas e, no início deste ano, chegaremos a mil lojas através de contratos com redes como a Sodimac. Além disso, negociamos com grandes supermercados para ter acesso ao varejo local – diz Farina, que fundou o Prota com Bruno Arocca e Juan Correa.
Faturamento: R$ 6 milhões
O plano para 2025 também é dobrar a linha de produtos para 12 itens – essencialmente novos formatos e tamanhos de tigelas. (Além da horta e da panela inteligente, a Brota também vende produtos como kit de cultivo de cogumelos e lâmpada artificial para plantas.)
Brota faturou R$ 6 milhões no ano passado e, com a investida do varejo, esse valor deve pelo menos dobrar em 2025. Parte do crescimento esperado será financiado por uma rodada de R$ 1,5 milhão que a startup fechará. Desde a sua fundação, a startup já arrecadou R$ 2,5 milhões.
-Não somos um aplicativo ou tecnologia financeira. Não prometemos aos investidores retorno neste tipo de negócio. Nosso objetivo é a economia real e o modelo de crescimento desse mercado – finaliza Farina.