O auxiliar de serviço público Julio Cesar de Moraes, 47, saiu de casa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, às 8h. Depois de seguir para Pavona, Zona Norte do Rio, pegou o metrô e chegou a Copacabana no final da manhã. Seu plano era encontrar os irmãos em frente ao Hotel Copacabana Palace, para passarem o Réveillon juntos. Mas assim que chegou, a bateria do seu celular acabou e ele não conseguiu encontrar seus parentes, mesmo depois de caminhar na areia quente, sob sol forte.
– Cheguei com bateria fraca, estava 5% no metrô. Caminhei de lá (do posto) até a praia e a bateria acabou – diz Júlio, que teve que pagar R$ 15 para poder carregar o celular na tomada do banheiro do fundo do parque, na Rua Rodolfo Dantas , perto do teatro. – Em desespero, empurrei.
Após duas horas de isolamento do mundo exterior, Júlio finalmente conseguiu conversar com a irmã por volta das 14h. Com uma lista de gravações de áudio e pelo menos cinco chamadas perdidas, ela combinou de levá-lo, seu refrigerador e garrafas de água para o calçadão.
Além de carregar o celular, Júlio também tomou banho por R$ 10, e a tabela de preços oferece uso do banheiro por R$ 5, toalhas e sabonete por R$ 10, e armários a partir de R$ 30.