Esta semana, todos os olhares estarão voltados para a praia do bairro. Porém, Copacabana conta com muitos outros atrativos ao longo do ano. Uma das mais famosas – depois da orla que serve de palco para o maior réveillon do planeta – é uma série de edifícios antigos e imponentes, muitos dos quais representam o melhor do estilo arquitetônico Art Déco, que atingiu seu apogeu. nas primeiras décadas do século passado.
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Rafael Bucur, 36 anos, promove desde 2019 um passeio por alguns desses famosos edifícios. O percurso passa pelos saguões dos edifícios Ribeiro Moreira (1928), Petronio (1936), Urania (1934) e Lilis (1928), e os prédios do South Beach Copacabana Residence Club – O antigo prédio do Guarujá, de 1927. Uma pista do que espera o visitante é dada pelo historiador no perfil Casas & Prédios Antigos, no Instagram, hoje com mais de 130 mil seguidores.
– As pessoas querem saber mais sobre o Rio de Janeiro. Por ser uma cidade histórica, muitas vezes passamos por um monumento que marcou uma geração e nem sabemos – afirma Raphael.
Imediatamente, o passeio começa no Ribeiro Moreira, na Rua Ronald de Carvalho, esquina com a Avenida Atlântica. Com seus 13 andares, mais a cobertura, e sua enorme entrada revestida de mármore, o prédio era conhecido na época de sua inauguração como “O Quebrador do Céu”.
No vizinho Ribeiro Moreira, com os mesmos treze andares, a construção do Petrônio começou em 1932 e demorou quatro anos para ser concluída. O famoso hall de entrada lembra um transatlântico de luxo. A entrada é decorada com raro mármore amarelo da Sibéria, mas isso não é a única curiosidade: o Hotel Petrônio também possui uma deslumbrante escadaria de madeira e, separados dos apartamentos, dependências de empregados no final do corredor de cada andar – um lembrete de um momento que o país ainda não superou.
— Petrônio de Almeida Magalhães comprou o terreno e construiu o prédio, que ainda hoje mantém seus elementos originais. É um edifício inaugurado há 87 anos e que ainda mantém as suas peças originais, incluindo a rosa dos ventos na calçada portuguesa à sua frente – como Rafael bem sabe.
Na segunda quadra da Rua Ronald de Carvalho, o Edifício Urania, com 64 apartamentos distribuídos em nove andares, apresenta raros vitrais projetados por Gastão Formenti (1894-1974), que também produziu esse tipo de arte na cúpula do Palácio Tiradentes. e nos santuários do Cemitério do Arrependimento, em Kajo. As obras de Formenti – que também foi um cantor de sucesso na década de 1930 – foram descobertas pela população de Orania há cerca de 20 anos.
– É raro ver vitrais desenhados por Gastão Formenti em edifícios residenciais. O mais legal aqui é o truque de construção. De fora não dá para ver a beleza do prédio por dentro – afirma Rafael Bucur.
Italo Gurgel, 50 anos, síndico do imóvel Orania, conta que a descoberta dos vitrais na porta de entrada do hall inspirou a criação de mais uma entrada de serviço, utilizada por todos os moradores. Por questões de preservação, a entrada principal raramente é aberta.
– Realizamos manutenções a cada 15 dias. Temos turistas que nos visitam semanalmente. Eles estão curiosos para conferir a abundância de vitrais, diz Gurgel.
Espelho belga no elevador
Com vista para o mar, o Lellis, construído em 1928 no primeiro quarteirão da Rua Barão de Ipanema, é um sério candidato a um dos prédios mais bonitos do Rio: tem escadaria de mármore e elevador social revestido de imbuia e decorado com espelhos belgas.
Ainda mais antigo, o antigo Guarujá, que fica hoje no número 187 da Rua Dias Ferreira, originalmente tinha endereço na Avenida Atlântica, com um lindo jardim na entrada. O crescimento imobiliário transformou o parque em uma área nobre e foi apenas um longo processo de abandono que o salvou da ruína com seu tombamento em 1994 e um retrofit que o transformou no Clube Residencial South Beach Copacabana. A fachada, que mistura elementos clássicos com Art Déco, e as iniciais do seu primeiro proprietário, Paulino Ribeiro Campos, no portal de entrada permanecem dos seus tempos de glória.
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