O ouro fechou esta terça-feira o seu maior ganho em 14 anos, com uma subida de mais de 28%, impulsionado pela flexibilização monetária nos Estados Unidos, pelos riscos geopolíticos em curso e por uma onda de compras do metal precioso pelo banco central.
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Embora o ouro tenha diminuído desde a vitória esmagadora de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA em Novembro, os seus ganhos até 2024 ainda superam a maioria das outras matérias-primas. Os metais básicos tiveram um ano misto, enquanto o minério de ferro enfraqueceu e os problemas com o lítio se aprofundaram.
O desempenho variado ao longo de 2024 destaca a ausência de um único factor primordial que oriente a sorte do sector. Ao mesmo tempo, existem vários fatores que esclarecem o desempenho dos metais básicos e preciosos no próximo ano.
Para 2025, os investidores estão concentrados na incerteza em torno da política monetária dos EUA, nas potenciais fricções decorrentes da presidência de Trump e nos esforços da China para relançar o crescimento na segunda maior economia do mundo.
A forte dinâmica do ouro este ano – que levou o metal a uma série de recordes – poderá sinalizar uma potencial mudança na dinâmica do mercado, uma vez que estes ganhos ocorreram apesar de um dólar americano mais forte e de rendimentos reais mais elevados do Tesouro dos EUA. Esses dois são considerados ventos contrários.
O metal precioso tem sido “tão impressionante quanto implacável, tornando-se a maior surpresa do mercado em 2024”, disse David Scott, analista do banco da bolsa de valores StoneX, em um relatório.
Outros metais têm enfrentado dificuldades, em grande parte devido ao abrandamento económico prolongado da China.
O índice LMEX, que lista os preços de seis metais na Bolsa de Valores de Londres, está no bom caminho para ganhos anuais modestos, uma vez que a fraca procura da China é compensada por sinais de pressões de oferta – especialmente cobre e zinco – que podem persistir até 2025.
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O minério de ferro caiu à medida que a fraca actividade de construção mergulhou a indústria siderúrgica da China numa crise, com poucas perspectivas de recuperação. Os futuros em Singapura caíram cerca de 28% este ano, o maior declínio anual desde 2015.
O lítio – utilizado no fabrico de baterias – está a caminho de um segundo declínio anual acentuado devido a um grave e persistente excesso de oferta global, exacerbado pela turbulência na indústria dos veículos eléctricos.
No pregão desta terça-feira, o preço à vista do ouro subiu 0,8%, atingindo US$ 2.639,10 por onça (cerca de 28 gramas) no fechamento do pregão do dia 31, em Nova York. Este valor é ligeiramente inferior ao recorde de US$ 2.790 alcançado em outubro.