Grande nome das artes cênicas do país, Flauta Latorraca – Que morreu hoje, quinta-feira (26), aos 80 anos em decorrência de A Piora do câncer de próstata – Adquiriu um “estilo” estranho para atrair aplausos do público nos cinemas. Isso aconteceu repetidamente. Antes do início das sessões de teatro em que participava, enquanto os ingressos ainda estavam sendo vendidos, por volta das 15h ou 16h, o ator aparecia na bilheteria e dizia às pessoas que não estava se sentindo bem naquele dia. Daí o pedido: para que o artista se sinta melhor, o público deve aplaudi-lo com entusiasmo caso Nai estale os dedos no palco. Este será um código “secreto” com os telespectadores. O truque funcionou muito bem e o público gostou.
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A “manobra cênica” foi utilizada em algumas sessões de produção de sucesso “Irma Fab Mistério”É um marco na história do teatro brasileiro, pois atraiu quase três milhões de espectadores em todo o país, em temporadas sucessivas de 1986 a 1997. O espetáculo foi dirigido por Marília Pera – Tem uma flauta nele Marco Nanni Eles interpretaram inúmeros personagens, com troca de figurinos em 3 ou 4 segundos – e entrou para o Guinness Book of Records como a peça mais antiga com o mesmo elenco. Esse fenômeno tem ajudado, por que não?, estalar os dedos.
– É engraçado, porque nos primeiros meses da primeira temporada vimos uma queda na audiência. Às vezes eles davam 20 pessoas. De repente, a casa ficou cheia e não parou mais – relembrou Nei Latorraca em conversa Entrevista com a Globo AD 2019.
Ney Latorraca: Veja fotos da carreira do ator
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O ator Nai Latorraca, 78 anos, prepara show sobre sua carreira – Fotografia: Marcus Fortes
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Flauta no filme “A mandrágora” de Paulo José em 1976 – Foto: Revelar
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Cena da peça “Mandragora”: Thelma Reston, Nay Latorraca e Dina Saffat – Foto: Arquivo
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Nai Latorraca e Tarcisio Mera em “O Beijo no Asfalto”, filme de 1981 dirigido por Bruno Barreto, baseado em obra de Nelson Rodriguez – Imagem: Divulgação
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Nay nasceu em 1944 e iniciou cedo sua carreira artística. Aos seis anos participou de uma série gravada de rádio. – Foto: Leo Martinez
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O ator com Marco Nannini em “O Mistério de Irma Fab”: a peça também contou com encontro com Marília Pera – Foto: Divulgação
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Ao lado de Bruna Lombardi, Ney também foi protagonista da novela “Memórias de um gigolô” – Fotografia: Marcelo Prats
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O país para assistir às aventuras do vendedor ambulante Kiki e suas três esposas, interpretadas por Tassia Camargo, Dina Saffat e Lucinha Lenz, no filme “Rabo de Saya” – Foto: Arquivo
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No filme “Anarquistas, Graças a Deus”, Nye e Deborah Duarte interpretam um casal italiano que administrava uma família na São Paulo da década de 1920 – Foto: Arquivo
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Flauta em “Stúpido Cupido”, 1976 – Fotografia: Paulo Moreira
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Nai Latorraca na série de TV “Sem lenço, sem documento”, de 1977 – Foto: Reprodução
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Nye como o inesquecível Barbossa, personagem da paródia “Fogo no Rabo” da comédia “TV Pirata” – Imagem: Divulgação
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No filme “Vamp”, de 1991, ele interpretou o vampiro Vladimir Polanski, que popularizou a frase “gota”, que ele pronunciava quando sugava o sangue de suas vítimas. – Imagem: Divulgação
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No filme “Bang Bang”, o ator interpretou um cientista maluco, casado com Ursula, interpretada por Marisa Horth – Foto: Revelar
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Em “Cravos e Rosas”, Ney no papel de Cornélio, Maria Padilha, Dinora – Foto: Revelar
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Gravação do programa “A Grande Família” em 2011 com participação especial de María Padilha e Ni Latorraca. — Foto: Gueto Moretto / Agência O Globo
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Aos 78 anos, ele prepara show sobre sua carreira
Há dez anos, numa conversa com Joe Soares não “Vá programa“, na verdade TV GloboO artista falou sobre os detalhes do “método motivacional” que estabeleceu com o público enquanto trabalhava no teatro. Naquela época, em 2014, atuava na peça “Entredentes” ao lado dos atores Eddie Botello – Ele é viúvo de Nye, com quem teve um relacionamento de 29 anos -E Maria de Lima.
“Eu tenho uma técnica. Às vezes vou na bilheteria e falo: ‘Estou com saudades do dia, pessoal. Juro que faço isso. Ninguém sabe”, revelou, deixando Joe Soares atônito e surpreso. “Chego cedo ao teatro. Aí as pessoas vão comprar ingressos e eu digo: ‘Não estou me sentindo bem hoje’. Então, se eu fizer isso com minhas próprias mãos” (estala os dedos)Você bate palmas para mim, para me dar um impulso. E então eu entro em cena e faço assim (estala os dedos novamente)E o público começa: “Ah”.
O artista conta que até seus colegas ficaram surpresos com o fato, e que ele tentou manter o truque em segredo. “Passei 11 anos fazendo Irma Vap, e Marco Nannini e Marília Pera, meus madrinhas de teatro, me disseram: ‘Ni, você tem uma presença impressionante, não é?’ assim: ‘Uau’ (Imita o som de aplausos). Aí eu falei: Bom, não sei o que fazer? “É a vida, né”, lembra ele rindo.