O ano de 2024 reimprimiu duas histórias centenárias: a história do Botafogo e a história da participação do Brasil nos Jogos Olímpicos. Claro que este lindo ano contou com muitos outros eventos esportivos, mas qualquer retrospectiva que queira fazer justiça precisa destacar os títulos da Libertadores e do Brasil e as medalhas de ouro de Rebeca Andrade na ginástica artística, Pia Sousa no judô e Duda. e Anna Patricia no vôlei de praia.
Chegou a hora do Botafogo, como declarou o slogan da torcida ao longo de 2024. Parece audacioso dizer que um clube que já teve Garrincha, Didi, Nilton Santos, Gerson e Jairzinho teve neste século, e não no anterior, o seu melhor temporada. Na sua história. O que sustenta esta audácia é o caráter inédito da conquista da Copa Libertadores – unindo a geração que viu essas grandes estrelas com aqueles que as seguiram (e passaram por momentos difíceis, como a falta de títulos) na mesma explosão de expectativas satisfeitas.
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O brasileiro não foi apenas a cereja do bolo. A confirmação do título na rodada final ajudou a exorcizar o fantasma final, que era o espectro de uma queda repentina de desempenho na etapa final da temporada anterior. Tem coisas que acontecem só com o Botafogo, mas não só ruins. Para o bem também – como o processo de transformação na SAF, que foi feito de forma eficiente e alcançou resultados antes do esperado. Talvez o otimismo dos torcedores alvinegros para 2025 seja a maior novidade de 2024. No ano passado, a saída de Luis Castro causou momentos de desequilíbrio no departamento de futebol. Para esta temporada, a decisão foi voltar aos trilhos. Assim, tal como a escolha de Artur Jorge se revelou acertada, a sua saída recentemente anunciada não é tão assustadora.
É uma confiança parecida com a que os brasileiros sentem quando Rebecca Andrade se prepara para competir. Rebecca está sempre se esforçando para fazer melhor — e ela precisa disso para enfrentar Simone Biles, sua arquirrival e considerada pelos especialistas a maior ginasta de todos os tempos. Quando Simone “faz um arremesso”, como se diz no jargão esportivo, ela é imbatível. Mas se você errar, você já sabe quem está esperando. Foi assim no chão, e o americano teve que fazer uma reverência para o brasileiro no alto da plataforma.
Com esse ouro, além de duas pratas no individual geral e salto (atrás apenas de Simone) e um bronze inédito por equipes, Rebeca se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil de todos os tempos, entre homens e mulheres. É uma marca ainda mais significativa quando olhamos para a nossa história nos Jogos: a primeira medalha, em Antuérpia 1920, foi de um homem, Guilherme Barrense; Não houve nenhuma brasileira no pódio até Atlanta 1996, quando quatro delas subiram simultaneamente: Jacqueline e Sandra, ouro, Adriana e Mônica, prata no vôlei de praia.
Em Paris 2024, as mulheres compuseram a maioria da delegação brasileira, conquistaram mais medalhas que os homens e foram responsáveis por todas as medalhas de ouro. É uma conquista significativa para um país que normalmente lidera as classificações relacionadas com a violência baseada no género. Também não é tarefa fácil para um jovem brasileiro que sofre racismo no trabalho – e o denuncia – pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) como o melhor jogador do mundo nesta temporada. Vinicius Junior se junta a Rebecca, Pia, Duda e Ana Patrícia para provar que no esporte, assim como na vida, existe outro caminho.
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