Com a iminente posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva optou por uma relação pragmática com o próximo ocupante da Casa Branca, apesar da proximidade com Jair Bolsonaro e da agenda política ele abraçou. Ele é muito mais progressista do que seus antecessores republicanos. Os assessores do brasileiro acreditam que os dois países manterão um diálogo amigável por causa dos laços históricos entre o Brasil e os Estados Unidos.
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Sobre o presidente Lula, o precedente de relacionamento cordial com o presidente George W. Bush (2001-2009), do mesmo partido de Trump, é lembrado durante a maior parte dos dois mandatos do petista como prova de que o pragmatismo deve prevalecer nas relações entre os dois países. Brasília e Washington. Os Estados Unidos são o segundo maior importador de produtos brasileiros e os dois países mantêm um longo histórico de alianças em questões estratégicas.
Um dos principais defensores desta hipótese é o chanceler Mauro Vieira, que não vê perigo em questões ideológicas ofuscarem os interesses dos dois países.
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“As relações entre o Brasil e os Estados Unidos sempre serão maravilhosas, como sempre foram, são relações de Estado, e o próprio presidente Lula teve as melhores relações possíveis com Bush, como qualquer outro. ”, declarou o assessor da equipe da coluna.
Nos bastidores do jantar de Donald Trump durante a contagem dos votos nas eleições dos EUA
Gilson Machado
Bush visitou o Brasil duas vezes durante sua presidência, em 2005 e 2007, repetindo o feito de seu pai, George Bush (1989-1993). São superados apenas por Franklin Roosevelt, que visitou o país três vezes, mas governou os Estados Unidos durante 15 anos, o que a Constituição norte-americana não permite mais. O último presidente dos EUA a fazer uma visita de Estado ao país foi Barack Obama, em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff. Joe Biden visitou o Rio e Manaus em novembro passado, mas a pretexto da cimeira do G20 presidida pelo Brasil em 2024.
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A relação de trabalho com Bush Jr., apesar da postura do Brasil contra as guerras no Iraque e no Afeganistão, por exemplo, é frequentemente citada pelo membro do Partido Trabalhista. Ele também destacou o bom diálogo com o norte-americano, seu ex-assessor e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim, em seus livros.
Mas a América mudou muito desde 2009, e o mesmo aconteceu com o Partido Republicano de Trump. O presidente eleito não recebeu apoio oficial de Bush, que é especificamente a principal referência do governo Lula na esperança de um bom relacionamento com a Casa Branca, nas três eleições que disputou (2016, 2020 e 2024) e representam um ponto de viragem na tendência. Da legenda.
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Durante o seu primeiro mandato, Trump manteve um relacionamento tranquilo com o então presidente Michel Temer, enquanto a sua política externa em relação à América Latina se concentrava nas crises migratórias na Venezuela e na Nicarágua. Com a eleição de Bolsonaro em 2018, ele se aproximou do líder brasileiro, conhecido nos Estados Unidos como “Trump Tropical”, e classificou o Brasil como aliado não-OTAN – designação que permite, entre outras coisas, a conclusão de conflitos militares e econômicos. acordos entre o Estado brasileiro. E o bloco militar do Atlântico Norte.
Em dezembro, Trump, já eleito, ameaçou cobrar impostos sobre os produtos brasileiros e criticou os impostos cobrados pelo país latino-americano.
“O Brasil está pedindo demais. Se quiserem nos acusar, tudo bem, mas faremos a mesma acusação.”
Antes disso, os Estados Unidos já haviam ameaçado impor tarifas de 100% às exportações dos países do BRICS devido ao interesse do bloco em construir uma alternativa ao dólar no mercado internacional.
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Além da agenda econômica divergente e da retórica isolacionista na geopolítica internacional, há também uma identificação com a extrema direita brasileira.
Reconhecimento da vitória
Bolsonaro foi o mais recente líder democrata estrangeiro a reconhecer a vitória de Biden diante das acusações infundadas de fraude eleitoral de Trump. Nas eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente dos EUA gravou um vídeo pedindo para votar na reeleição do aliado do Brasil.
Em novembro passado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acompanhou a contagem dos votos nas eleições presidenciais dos EUA no partido de eleição do candidato republicano, que acabaria por derrotar a atual vice-presidente, Kamala Harris, na Florida.
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Além disso, conforme postamos no blog, mais de 30 parlamentares de Bolsonaro pretendem comparecer à posse do futuro presidente em Washington e participarão de uma série de eventos na capital, incluindo um comício convocado por Trump na véspera de sua posse como presidente. escritório.
Lula não foi convidado para a festa, ao contrário de Bolsonaro. A participação de chefes de estado ou de governo não é uma tradição nos Estados Unidos, mas Trump convidou outros líderes atuais como Javier Miley, da Argentina, e Giorgia Meloni, da Itália, ambos da extrema direita.
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A regulamentação das redes sociais e o policiamento das grandes empresas de tecnologia deveriam ser um dos principais pontos de atrito entre Brasília e a Casa Branca. Conforme postamos no blog, Meta e suas redes sociais, como Facebook e Instagram, estão alinhadas com Trump Causa preocupação no Palácio do Planalto O Tribunal Superior Eleitoral tem sofrido reveses no enfrentamento à disseminação de notícias falsas.
O presidente brasileiro fez gestos cautelosos. Um dia após as eleições nos EUA, Lula recorreu às redes sociais para felicitar Trump pela vitória, desejando-lhe boa sorte e sucesso.
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“Parabéns ao presidente Donald Trump pela sua vitória eleitoral e pelo regresso à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e de ação conjunta para alcançar maior paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo boa sorte e sucesso ao novo governo.”
Lula usou um tom completamente diferente daquele que usou quando anunciou seu apoio a Kamala em entrevista ao canal francês TF1, quando afirmou que o nazismo e o fascismo voltavam a funcionar “com uma cara diferente”.
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“Com Kamala Harris, é mais seguro para nós avançarmos na democracia. Vimos como era o presidente Trump (…), aquele ataque ao Capitólio. Isto é algo que seria inimaginável que acontecesse nos Estados Unidos, porque eles se apresentaram ao mundo como um modelo de democracia. “Este modelo entrou em colapso”, disse ele na época.
Lula acrescentou: “Como fã da democracia, acredito que a democracia é a coisa mais sagrada que podemos construir para governar bem o nosso país e, obviamente, estou torcendo para que Kamala ganhe as eleições”.
Parece que o governo do Itamaraty sob Lula trabalhará arduamente para manter o diálogo com Washington dentro dos limites da vida política normal.
