Os avanços na IA generativa no ano passado prepararam o terreno para previsões divididas para 2025. A tecnologia deverá estar mais presente em telemóveis, computadores portáteis e aplicações, enquanto os chamados “agentes de IA” prometem realizar tarefas de forma autónoma. .
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Por outro lado, deverão aumentar as pressões sobre as empresas que operam neste setor, com as suas exigências de retorno dos investimentos e os limites técnicos e éticos do progresso tecnológico.
Já para os especialistas ouvidos pela Globo, a inteligência artificial será testada este ano. Muitas promessas não foram cumpridas da forma como foram vendidas, diz Diogo Cortez, professor da PUC-SP, que espera “um ano de ajustes”.
Os avanços tecnológicos da China, a aposta da Nvidia em robôs humanóides movidos por IA e as dúvidas sobre o modelo de negócios OpenAI também estão no radar.
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Uma questão é como seria uma das empresas mais poderosas da indústria de IA? No final de 2024, o criador do ChatGPT divulgou um documento detalhando os planos de mudanças na estrutura da empresa.
Inicialmente vista como uma organização orientada para a investigação, a OpenAI, atualmente avaliada em 157 mil milhões de dólares, afirmou que pretende criar uma divisão orientada para o lucro, com ações ordinárias, e uma divisão sem fins lucrativos.
Esta mudança deverá atrair mais investidores e acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias. A reorganização ocorre em meio à pressão por resultados financeiros e a uma meta ambiciosa: saltar de 300 milhões de usuários ativos semanais para 1 bilhão, segundo o CEO Sam Altman.
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Paulista Hidrili Diao usa Photoshop e IA para dar vida a personagens famosos – Imagem: Clone/Instagram
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Assim seria o Snoopy na vida real, segundo a IA – Imagem: Copilot
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Homer e Marge Simpson, criando Diao Hidráulico – Foto: Reprodução/Instagram
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Moe, dono do bar frequentado por Homer Simpson, na criação do Diao Hidráulico – Imagem: Reprodução/Instagram
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Princesa Aurora, conhecida como “Bela Adormecida”, segundo ferramenta de IA – Imagem: Reprodução/La Nacion
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Na quarta foto, Shrek parece diferente de todas as outras fotos porque tem cabelos grisalhos e barba – Foto: O copiloto
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Esta é a aparência de Shrek e Burro na vida real, segundo o Copilot – Imagem: Copilot
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Paulista Hidrili Diao usa Photoshop e IA para dar vida a personagens famosos – Imagem: Clone/Instagram
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Paulista Hidrili Diao usa Photoshop e IA para dar vida a personagens famosos – Imagem: Clone/Instagram
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Paulista Hidrili Diao usa Photoshop e IA para dar vida a personagens famosos – Imagem: Clone/Instagram
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Esta é a aparência de Johnny Bravo na vida real, segundo o copiloto – Imagem: O copiloto
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Esta é a aparência de Johnny Bravo na vida real, segundo o copiloto – Imagem: O copiloto
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Bob Esponja na “vida real” – Imagem: Copiloto
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Garfield – Foto: Copiloto
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Contudo, alcançar estas Resoluções de Ano Novo não será fácil. A OpenAI ainda precisa enfrentar o crescimento de concorrentes como Anthropic e Google. Terá de responder a questões jurídicas – Elon Musk foi a tribunal para se opor à mudança societária da empresa – e lidar com as tensões com a Microsoft, o seu principal investidor.
Para Mônica Magalhães, especialista em inovação da Agência Disrupta, a reestruturação da OpenAI é uma forma da empresa acelerar os investimentos na criação da AGI – abreviatura em inglês para artificial general intelligence, que é uma inteligência artificial com capacidades semelhantes às dos humanos. Ele ressalta que o Google avançou nessa disputa em 2024:
— Talvez a OpenAI perceba que precisará de mais dinheiro para chegar primeiro à AGI e que o apoio da Microsoft não será suficiente.
Os pesquisadores afirmam que os “agentes” devem ser ampliados em 2025. Os sistemas de IA que realizam tarefas autônomas são vistos como uma aposta do setor para aumentar os ganhos de produtividade e aumentar a base de usuários do serviço. Ao contrário de um robô que responde a solicitações, os agentes podem ser programados para executar tarefas de forma autônoma, bem como interagir com sistemas externos e outros sistemas de inteligência artificial.
A OpenAI, segundo a Bloomberg, deve lançar este ano um agente capaz de controlar computadores. O sistema será semelhante ao Claude 3.5 da Anthropic, lançado em 2024, e é capaz de acessar sites, analisar documentos, automatizar o preenchimento de cadastros e gerenciar agendamentos.
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O Google, que vende sistemas para empresas que podem criar agentes para tarefas empresariais, também está trabalhando em inteligência artificial no Chrome que pode fazer compras online, reservas de hotéis e pesquisas. Na Microsoft, os agentes estão disponíveis para assinantes do Copilot, em ferramentas como Outlook e Teams.
Na opinião de Cortez e do especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja, as concessionárias devem ser o grande foco do setor neste ano. Mas eles emitem um alerta:
– As empresas precisarão ter muito cuidado com a questão das alucinações, ou seja, a inteligência artificial pode parecer convincente e clara, mas pode inventar e criar algo absurdo, que poderá causar danos à imagem, à reputação e ao funcionamento das empresas – afirma Igreja .
Para o professor da PUC-SP, esse é um tema que ainda precisa de mais discussão, num momento em que a inteligência artificial generativa integrou sistemas de telefonia celular, redes sociais e aplicativos:
– É possível reduzir a gravidade das alucinações, mas não eliminá-las completamente. Isto traz enormes desafios de segurança e governação.
Vídeo: A inteligência artificial é uma porta para o futuro ou uma bolha econômica?
Depois de investir US$ 165 bilhões em 2024, Amazon, Microsoft, Google, Oracle, Meta e Apple planejam aumentar seus investimentos em 20,9% no próximo ano, com foco em infraestrutura focada em IA generativa (capaz de criar conteúdo), segundo análise da Bloomberg. inteligência.
No entanto, a disparidade entre o entusiasmo pela IA e os resultados dos negócios tecnológicos deverá permanecer no radar dos investidores no próximo ano. Depois da enorme alta das ações deste setor – só o valor da Nvidia subiu quase 190% nos últimos 12 meses – parte do mercado começou a temer o “estouro da bolha da IA” em 2025.
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– Como toda tecnologia, tem aquela fase exploratória, depois o período de entender o que pode funcionar para determinado setor e determinado negócio, depois a fase de extração do retorno, obtenção das indicações, e o retorno financeiro – explica Igreja.
Além do ceticismo dos investidores, as empresas enfrentam o desafio de lidar com o impacto ambiental da tecnologia. Dado o elevado consumo de energia nos data centers, as grandes empresas de tecnologia terão que procurar alternativas. Magalhães destaca que empresas como Google, Amazon e Meta já investem em projetos de energia nuclear, por exemplo.
Limites da inteligência artificial e do modelo o3
Outro desafio são as limitações técnicas enfrentadas no desenvolvimento de modelos de IA, afirma Cortez, da PUC-SP:
A inteligência artificial depende de dados e está se esgotando. Do ponto de vista técnico, esta tem sido a questão mais discutida: quanto (do desenvolvimento) nos últimos dez anos está a chegar ao fim. Teremos que pensar em novas maneiras de treinar modelos.
O pesquisador destaca que até o final de 2024 surgiram alternativas que precisam ser exploradas. Em dezembro, a OpenAI lançou o o3, um sistema otimizado usando um método conhecido como raciocínio em cadeia, que permite à IA “quebrar” problemas complexos em etapas menores e resolvê-los de forma organizada, algo semelhante ao “raciocínio” humano.
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Este método permite que a IA “lide com problemas mais complexos” que exigem pensamento, como matemática e física, o que, destaca Cortez, é uma alternativa para o progresso.
Robôs e regras humanas
A fabricante de chips de inteligência artificial Nvidia se concentrará em robôs humanóides este ano. Segundo o Financial Times britânico, uma nova geração de computadores embarcados deverá ser lançada para esses robôs.
– AMD e Google estão avançando no desenvolvimento de chips, então a Nvidia percebeu que precisava abrir um mercado paralelo, além do chip de inteligência artificial. Magalhães diz que esse mercado de robótica pode ser o seu diferencial.
O conflito tecnológico entre os Estados Unidos e a China aumentará. Entre as grandes empresas tecnológicas chinesas, a Alibaba destaca-se como uma das mais competitivas. Em setembro, a empresa lançou o Qwen 2.5, uma família de modelos de linguagem que superou concorrentes como ChatGPT e Gemini em inferência e métricas de codificação.
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Para Cortez, este ano a China deverá consolidar-se como potência tecnológica. Sugere também que o regresso de Donald Trump à Casa Branca poderá levar a uma intensificação da agenda de desregulamentação nos Estados Unidos, inclusive como estratégia para o conflito com a China. Trump já indicou que poderá flexibilizar as regras em torno da inteligência artificial.
No Brasil, as regras de IA, que já foram aprovadas no Senado, serão encaminhadas ao Conselho.
— Os países fora do centro de desenvolvimento, como o Brasil, precisam equilibrar a regulamentação com o estímulo à inovação. É preciso criar um ambiente saudável que permita o progresso tecnológico sem comprometer o controle e a segurança – afirma o professor da PUC-SP.