Eles já têm mais de 40 anos, mas ainda fazem parte da elite do esporte mundial. Qual o segredo para o jogador de basquete LeBron James ou o piloto espanhol Fernando Alonso permanecerem na linha de frente numa idade em que muitos atletas já estão aposentados há algum tempo?
- Tênis nº 1: Sabalenka revela estratégia para que a rivalidade com Swiatek não se torne ‘muito intensa’
- 3 anos atrás no Brasil Modelo da Federação Saudita de Futebol une e muda status do clube, produz títulos e vê desafios para 2025
O americano LeBron James completará 40 anos nesta segunda-feira e segue em alto nível no Los Angeles Lakers.
– LeBron James é algo fora do comum. Ele ainda é um líder [da modalidade] Porque ele era um líder superior – como explica à AFP Adrien Seydoux, pesquisador de ciências do esporte do Instituto Nacional do Esporte da França (Insep).
A curva de desempenho físico de atletas de alto nível progride até um pico e depois declina de forma mais ou menos escalonada ou acelerada, dependendo da idade ou da disciplina.
Mas para aqueles que continuam no nível mais alto depois dos 30 anos, “se traçarmos as suas curvas individuais, aos 25 anos eram terríveis”, conclui o investigador.
É o caso da estrela da ginástica Simone Biles, que desafiou as leis da física e também as leis da passagem do tempo, conquistando três medalhas de ouro aos 27 anos nas Olimpíadas de Paris.
Uma grande conquista em um esporte onde os adolescentes com menos de 20 anos costumam reinar supremos.
“Está em um nível excelente para poder continuar”, afirma o especialista.
No tênis, a americana Serena Williams jogou até os quarenta anos, e o suíço Roger Federer disputou seu último torneio de simples em Wimbledon, quando ela tinha quase 40 anos.
Melina Robert-Michon, 45 anos, porta-bandeira da delegação francesa nas Olimpíadas de Paris, competiu na sétima final olímpica de disco no verão europeu passado. Apesar do decepcionante 12º lugar, a mãe de dois filhos diz que quer continuar sua carreira.
Um itinerário que inevitavelmente o fará pensar na ciclista francesa Jeanie Longo, campeã mundial de contra-relógio, de 43 anos.
“Os atletas que têm carreiras longas e de nível consistente são exceções”, explica Romuald Liebers, autor de um livro sobre treinamento e desempenho para pessoas com mais de 40 e 50 anos.
Destaca ainda que também entra na equação a “experiência de jogo” de um atleta, num desporto colectivo, por exemplo, que pode acumular mais de 25 anos de prática até aos 40 anos.
Aos 43 anos, o piloto espanhol Fernando Alonso já disputou 400 Grandes Prémios de Fórmula 1, numa posição onde se leva em conta “a experiência, a capacidade de correr em múltiplas ocasiões e o conhecimento dos circuitos”, afirma Adrien Seydoux.
Existem também “todos os novos métodos de recuperação” que permitem “benefícios adicionais” que também podem “causar”. [a carreira] “Dura alguns anos a mais do que há 10 ou 20 anos”, disse Romuald Libers à AFP.
Banhos quentes, banhos frios, crioterapia, fisioterapia, modificação de cargas de treinamento e utilização de dados para melhorar a recuperação após lesões são alguns métodos. Alguns, como o tenista sérvio Novak Djokovic, têm receitas próprias, como eliminar o glúten e meditar. Aos 37 anos, ele se tornou campeão olímpico no verão passado e está em sétimo lugar no ranking da ATP em um esporte tão difícil.
LeBron James também mantém um estilo de vida rigoroso.
– Você não o vê em festas depois de vitórias! — lembra Adrian Sydow.
Embora qualidades extraordinárias sejam necessárias para permanecer no mais alto nível por muito tempo, lesões também devem ser evitadas.
Quanto mais um atleta fica exposto a lesões nos estágios iniciais, maiores são suas chances de ter uma carreira longa, explica.
Por exemplo, Rafael Nadal, aos 38 anos e com inúmeras lesões ao longo de 20 anos, anunciou sua aposentadoria em 2024.