A artista visual Luana Vetra, 29 anos, inspira sua criatividade em elementos da natureza e do entorno da cidade onde nasceu, polo minerador brasileiro. Ela é autora de obras que criticam fortemente o racismo ambiental utilizando materiais como argila, ferro, prata e cobre, e foi homenageada no ano passado com o Prêmio BIBA. O prêmio, que valoriza artistas brasileiros, culmina uma carreira ainda jovem e que já dura 6 anos. “Nunca duvidei da força do meu trabalho, porque foi algo que foi gerenciado com cuidado”, explica Luana, fazendo um balanço de 2024. Já expôs em exposições coletivas no MAM-Rio, MAR, MASP, Instituto Inhotim e em espaços em Londres. E Roterdã. Agora, este reconhecimento levou a um convite para participar na 16ª Bienal de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, em fevereiro. “Estou feliz por viajar pelo mundo e mostrar meu trabalho no deserto.”
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Filha de um carpinteiro e de um poeta, a artista foi uma criança curiosa que cresceu na periferia de Minas Gerais. “Aprendi que tudo pode servir. Não para romantizar a instabilidade, mas ver como os vizinhos transformaram o muro com latas e arame foi mágico.
Ao estudar artes plásticas na UEMG, em 2018, familiarizou-se com escultura e produção de obras em 3D. Uma dessas instalações, “Pulmão de Mina”, realizada para a 35ª Bienal de São Paulo, traz pássaros e flechas de metal, referência ao orixá ogum, associado ao ferro e à tecnologia. “Foram quatro meses difíceis focando neste trabalho”, lembra ele. Luana está atualmente exposta com a obra comissionada “Giro”, na Galeria Marcinaria, em Inhotim. “Cobri a exposição de azul, utilizando materiais encontrados em todo o instituto”, conta o curador assistente Derri Andrade. “Luana evolui por um processo que inclui o seu território, a área onde nasceu.”