A defesa de Jair Bolsonaro pediu nesta sexta-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorização para que o ex-presidente recupere seu passaporte, apreendido desde fevereiro passado como parte da investigação da trama golpista, para viajar . Aos Estados Unidos e assistir à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, no dia 20 deste mês.
Bolsonaro recebeu convite dos republicanos para participar da comemoração após a posse no Capitólio, conforme publicamos no blog na última terça-feira. O convite foi enviado por e-mail pelo Diretor Executivo do Comitê de Abertura, Richard Walters.
“Em nome do presidente eleito Trump, gostaria de convidar o presidente Bolsonaro para participar da posse do presidente eleito Trump e do vice-presidente eleito [J.D.] Vance”, diz o convite enviado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na carta, o mestre de cerimônias pede ao mandatário que informe se o ex-presidente poderá ir para que ele possa dar continuidade aos preparativos.
No requerimento apresentado ao STF nesta sexta-feira, os advogados afirmam que convidar Bolsonaro e participar de um evento de “importância histórica” destaca “a importância do diálogo entre líderes mundiais e tem um significado único no contexto das relações bilaterais Brasil-Brasil”. “Estados Unidos” e que a potencial autorização do Supremo não trará riscos ou prejuízos às investigações, uma vez que Bolsonaro aderiu às medidas cautelares impostas pelo tribunal.
O memorando foi assinado inclusive pelo novo advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, que reforçou a defesa, além de Paulo Amador Cunha Bueno, Daniel Tecer, Saulo Segal, César Jannotti, Thiès Guimarães e Claison Soares.
O passaporte de Bolsonaro foi confiscado desde fevereiro do ano passado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, impedindo-o de viajar ao exterior. A decisão foi tomada a pedido da Polícia Federal na Operação Tempus Veritatis, que teve como alvo o ex-presidente e outros aliados suspeitos de conspirar contra a posse de Lula.
Os advogados de Bolsonaro já tentaram recuperar seu passaporte duas vezes no ano passado, sem sucesso.
Na primeira tentativa de Bolsonaro, o pedido foi rejeitado por unanimidade pela primeira turma da comissão, painel que inclui os ministros Flavio Dino, Carmen Lucía, Cristiano Zanin e Luiz Fuchs.
A defesa de Bolsonaro recorreu da decisão e, no dia 22 de outubro, Moraes rejeitou novo pedido de anulação da decisão. “Não há alteração do quadro factual que tornou necessária a entrega do passaporte do arguido, pelo que nesta fase processual não é possível a devolução do documento”, escreveu o ministro.
Jair Bolsonaro e Donald Trump são aliados próximos e foram presidentes contemporâneos entre 2019, quando o brasileiro assumiu o poder, e 2021, quando o americano deixou a Casa Branca após ser derrotado pelo democrata Joe Biden. Bolsonaro foi o mais recente líder democrata estrangeiro a reconhecer a vitória de Biden diante das acusações infundadas de fraude eleitoral de Trump.
Nas eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente dos EUA gravou um vídeo pedindo para votar na reeleição do aliado do Brasil, que ficou conhecido nos Estados Unidos como “Trump Tropical”. Em novembro passado, Eduardo Bolsonaro acompanhou a contagem dos votos nas eleições presidenciais norte-americanas no partido escolhido para o candidato republicano, que acabaria por derrotar a atual vice-presidente, Kamala Harris, na Florida.
Eduardo, coordenador internacional do clã Bolsonaro e secretário de Relações Institucionais e Internacionais do Partido Liberal, mantém relacionamento direto com o filho mais velho do presidente eleito, Donald Trump Jr., e com membros do Congresso de Trump, além de outros membros da direita. líderes de ala ao seu redor. o mundo.