A primeira tarefa dos 55 vereadores que tomaram posse nesta quarta-feira (primeira) na Câmara Municipal de São Paulo será escolher o presidente e os demais membros do conselho de administração. O candidato preferido para liderar os trabalhos do Legislativo paulista a partir deste ano é Ricardo Teixeira (União Brasileira). Se confirmado, ele seria o sucessor de um dos políticos mais influentes da cidade nas últimas décadas, Milton Light, do mesmo partido, que não disputou a eleição este ano. Integrante da base de apoio de Ricardo Nunes (MDB), Teixeira implantou em seu governo a famosa faixa azul, exclusiva para motociclistas, e foi o nome preferido do prefeito reeleito.
Secretário de subdistritos e meio ambiente verde no governo de Fernando Haddad (PT), quando era subordinado ao PV, Teixeira foi novamente indicado para um cargo no Executivo depois que Nunes assumiu a prefeitura de São Paulo no lugar de Bruno Covas ( PSDB), em 2021. Chefiou o Departamento de Mobilidade e Trânsito por 20 meses, entre agosto daquele ano e maio de 2023, com a missão de reduzir o número de mortes no trânsito na cidade, instalando 40 quilômetros de linhas de ônibus e ampliando a rede . Ciclovias, como anunciou na altura o autarca.
O ex-ministro não conseguiu conter a tendência de aumento de mortes, que passou de 6,32 mortes por 100 mil habitantes em todo o ano de 2021 para 8,17 vítimas fatais de acidentes em 2023. No entanto, foi responsável pela implementação de uma medida popular, a Faixa Azul, exclusivamente para motociclistas nas movimentadas vias da cidade, que recebeu elogios até de adversários do imidipasta nas eleições municipais, como o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Por outro lado, Nunes recebeu críticas de opositores porque disponibilizou apenas 6,8 quilômetros de linhas de ônibus dos 40 previstos no plano almejado. Segundo ele, o número chegará a 80 quilômetros com o início das obras e a divulgação das licitações, com recursos garantidos. Quanto às ciclovias, foram pouco mais de 111 quilómetros do total de 300 quilómetros prometidos há quatro anos.
Nascido em Santos, litoral paulista, Teixeira é engenheiro e fez carreira em órgãos de infraestrutura, como a Companhia Paulista de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pela operação do sistema de transportes da capital, e na administração rodoviária. Estado (mosteiro). Em 2004, não obteve sucesso em sua primeira eleição para o cargo de vereador do PSDB. Acabou atuando como Chefe da Casa Civil e depois Secretário Adjunto de Coordenação Provincial na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Eleito na eleição seguinte, em 2008, e reconduzido ao cargo mais quatro vezes, o vereador trabalhou no PROS e no PV antes de ingressar no DEM, sigla que daria origem ao União Brasil após a fusão com o PSL.
Teixeira foi indicado pelo União Brasil para chefiar a Câmara Municipal após meses de divergências internas no partido. No início do ano, o candidato mais provável ao cargo era Robinho Nunes, mas o parlamentar retirou a candidatura de Nunes para apoiar Pablo Marsal (PRTB) nas eleições de 2024, reduzindo suas chances. Teve também que superar uma campanha do próprio Milton Leyte para Silvao, presidente da escola de samba Estrela do Terscimento Milenio e um dos vereadores cujo apoio conseguiu eleger em outubro, mas que encontrou resistência logo no início. sua campanha eleitoral. Primeiro semestre.
Além do partido União Brasil, que tem sete parlamentares, Teixeira tem recebido apoio oficial de partidos como o MDB, que deve indicar o primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, e o PL, que pretende obter o segundo cargo. Ambos têm sete repetições. O Partido dos Trabalhadores, que tem a maior cadeira, com oito membros, também deverá fechar um acordo para Teixeira, em troca do primeiro secretário, que será ocupado por Hélio Rodriguez (PT). Por outro lado, o PSOL deve dar um nome à oposição.
O Conselho Diretor é definido logo após a posse, que inclui não apenas os vereadores, mas também o prefeito, Ricardo Nunes, e o vice-prefeito, coronel Ricardo Melo Araujo (PL), no Palácio Anchieta, sede municipal. Assembleia Legislativa de São Paulo, a partir das 15h desta quarta-feira. A sessão oficial será presidida por Eliseo Gabriel (PSB), o parlamentar mais antigo, conforme regimento interno.
A maioria da nova Câmara Municipal de São Paulo é formada por políticos já conhecidos de outros órgãos legislativos. Dos 51 vereadores que buscaram a reeleição em outubro, 35 conseguiram outro mandato.
Entre os 20 recém-chegados estão influenciadores de direita que trabalham para ampliar uma retórica mais extremista na Câmara, e devem formar um grupo independente de Nunes em alguns assuntos. O bloco informal, unido por filiações, é, segundo ele próprio, liderado pelo candidato mais votado em 2024, o bolsonarista Lukas Pavanato (PL). Contudo, o cenário continua favorável para que o governo aprove seus projetos sem dificuldades, como aconteceu no último mandato.
Por parte dos partidos do governo, destacam-se União Brasileira (7), PL (7), MDB (7) e Podemos (6), enquanto representantes de esquerda como os sindicatos PT/PV/PCdoB (9) se posicionam fora. PSOL/Rede (7) e PSB (2) não avançaram muito de uma eleição para outra e devem voltar a formar minoria na oposição.
A cerimônia desta quarta também contará com a posse dos vereadores Rodrigo Goulart (PSD) e Sidney Cruz (MDB), mas ambos deverão se ausentar para assumir as secretarias do Trabalho e da Habitação, respectivamente, anunciou Nunes. Eles são substituídos por Carlos Bezerra Junior (PSD) e Paulo Frang (MDB), primeiros suplentes dos dois lados.