A administração da Americanas traçou a estratégia jurídica para perseguir os executivos envolvidos na fraude contábil bilionária descoberta em janeiro de 2023, que levou a empresa à recuperação judicial e causou prejuízo a milhares de acionistas.
- Questão americana: CVM acusa oito ex-executivos da empresa de abuso de informação privilegiada
- E aindaAs mensagens mostram: Os executivos esperavam uma investigação ao planejar a venda de ações
A proposta de ação judicial foi aprovada pela assembleia geral de acionistas no dia 11, que deu ao conselho 90 dias para processar os executivos. Mas isto não acontecerá imediatamente e nem todos serão tratados ao mesmo tempo.
Investigações internas conduzidas pela empresa, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regulamenta o mercado financeiro, e pela Polícia Federal (PF) revelaram o envolvimento de 41 pessoas em abuso de informação privilegiada, manipulação de mercado, lavagem de dinheiro e atos criminosos. organizado..
- análise: Enquanto as emendas impulsionam o Natal dos Deputados e Senadores, o Rei do Lixo assombra o Congresso
- E mais: O juiz que ordenou a libertação de Rey do Lixo é candidato a vaga no Tribunal de Verdade e Justiça
Segundo fontes envolvidas nas discussões, num cenário ideal, as ações seriam ajuizadas somente após o Ministério Público Federal denunciar os executivos à Justiça, o que os transformaria em réus e fortaleceria a pretensão da empresa.
- G&F: O Rei do Gás contrata Michel Temer para trabalhar em uma guerra corporativa multibilionária contra o grupo dos irmãos Batista
- Petros: Conselheiros reagem à nomeação de Vaccari e tentam limitar poderes do Conselho de Administração
O problema é que o grupo ainda não foi indiciado pela Polícia Federal, o que deve acontecer antes que o MP possa registrar denúncia. As forças policiais, que identificaram 41 pessoas envolvidas na fraude, ainda aguardam a comparência da defesa de cada uma delas para decidir quem entre elas será acusado de algum crime.
Veja fotos das Lojas Americanas ao longo dos anos
A empresa quase centenária sofre uma crise financeira de 20 bilhões de reais
Portanto, caso expire o prazo de 90 dias fixado pela assembleia e os ex-diretores ainda não tenham sido denunciados, o plano é abrir ações judiciais em fases.
- Leia também: A falência da Sete Brasil representa uma derrota para o ex-tesoureiro do Partido Trabalhista e seu grupo
- Conspiração de golpe: A versão de Braga Neto sobre dinheiro para crianças negras e encontro na casa dele
Os primeiros a serem julgados serão os Big Four, que foram os diretores jurídicos e, segundo a Polícia Federal, os arquitetos da fraude: o ex-CEO Miguel Gutierrez, e a ex-chefe do braço digital da empresa, Ana Cristina Ramos . Saykali. E os diretores Marcio Cruz Meirelles e José Timothéo de Barros. Eles também foram os que mais se beneficiaram com as vendas de ações antes do anúncio do hack.
A CVM acusou o quarteto de abuso de informação privilegiada ou uso de informações confidenciais.
- Prisão de Braga Neto‘Não há possibilidade de denunciante’, diz o novo advogado
- Garras: Rei do Lixo atua em 17 estados e possui planilhas com nomes e valores; Veja a foto na prisão
Conforme noticiado por O GLOBO, onze executivos venderam R$ 258 milhões em ações da Americanas entre julho de 2022 e janeiro de 2023, o que o MPF também classificou como uso de informações confidenciais. Só Gutierrez vendeu R$ 158,5 milhões desde o momento em que soube que seria substituído no cargo de CEO, em julho de 2022, até janeiro de 2023, quando a empresa revelou ao mercado a descoberta do buraco.
Ana Cristina Ramos-Saikaly recebeu R$ 57,8 milhões por suas funções entre julho de 2022 e janeiro de 2023. O MPF classifica seu ataque de venda de ações como um “movimento completamente atípico”.
- E até agora: O empresário manteve silêncio em seu primeiro depoimento após sua prisão pelas forças policiais
- Compreende: O “rei do lixo” preso pela Frente Nacional é próximo de ACM Neto e faz parte da liderança do União Brasil
A CVM impôs sanções a outros quatro ex-americanos: Fabio da Silva Abrate, Marcelo da Silva Nunes, João Guerra Duarte Neto e Felipe Arantes Lourenço Bernardazzi.
Porém, entre esse grupo, Abrate é o único da lista prioritária a ser processado, ao lado do ex-CFO Carlos Padilha, que não está entre os acusados pela Comissão de Valores Mobiliários.
- Ogiva: Expressão de Silveira coloca assessor de Gilmar Méndez na disputa por vaga na Anil
- governo: As difíceis escolhas que o marqueteiro Lula terá que fazer para adquirir a Secom
Por enquanto, devem ser excluídos Marcelo Nunes, o ex-CFO, e a ex-supervisora de controle Flavia Carneiro, que assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal com acordo de delação premiada com cláusula de não persecução penal.
- Trama uma fraude: A prisão de Braga Neto levou o exército a lutar para isolá-lo em uma vila militar
- Cadeiras musicais: Trocas no Planalto e na Saúde: veja os principais desafios da reforma ministerial de Lula
Marcelo e Flávia entregaram aos investigadores uma série de documentos e prestaram depoimentos explicando como ocorreu a fraude, que moldou os balanços da empresa de 2007 até pelo menos 2023.
Eles também receberão dez anos de salário da empresa, mensalidades para educação dos filhos, plano de saúde e pagamento de honorários advocatícios.
Mas não se espera que a ofensiva jurídica da Americanas contra seus ex-executivos termine com as primeiras ações judiciais. Com o tempo, as medidas deverão ser estendidas a todos os executivos que possam ser responsabilizados pela Polícia Federal, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelo Ministério Público.
Tudo indica que o processo levará anos e será difícil para a empresa recuperar qualquer valor relevante dos ex-funcionários. Mas é dever legal dos atuais dirigentes da empresa tentar até o fim.